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Regresso ao Passado

 

Nos tempos que decorrem, impõe-se fazer uma paragem e voltar ao passado. Não é um retrocesso mas uma necessidade vital para a sobrevivência das gentes da actual geração. Senão, como vai ela sobreviver?

Quando, na juventude, estudava a História Antiga, tinha uma admiração extraordinária pelo povo grego, pela sua cultura e pelo legado que deixou à Humanidade.

E é hoje, quando a Grécia vive momentos atribulados provocados pela abalada economia, que a histórica e velha Nação nos dá um novo exemplo.
A maioria da população está a abandonar a parte continental e a voltar às ilhas adjacentes, para as cultivar de novo e delas poder retirar os meios necessários à sua subsistência.

Por cá não temos de regressar às ilhas, porque nelas continuamos, mas voltar a aproveitar os seus terrenos para deles extrairmos os cereais, os legumes, os frutos e os primores agrícolas indispensáveis à vida.

Tudo importar, desde os combustíveis ao peixe e aos demais produtos de que carecemos para sobreviver, é um erro tamanho que importa afastar.

Os terrenos aí estão, descansados como diz o povo, pois não são utilizados. Ou antes, neles viceja uma  vegetação selvagem, que deles se apossou, porque ninguém disso a impediu.

Actualmente a ilha, a segunda em grandeza geográfica da Região, está ocupada pelas pastagens e pelo arvoredo inútil.

Antigamente, essas lenhas que havia, eram utilizadas nas lareiras e em  alguma caldeira industrial. Recordo uma vez mais a central eléctrica da Horta cujas caldeiras apenas consumiam cacetes importados do Pico.

Poucas eram, e são, as matas com arvoredo seleccionado, que possa ser utilizado  na construção civil, na construção de embarcações, ou em outras actividades. Até porque a construção civil vai diminuindo e, mesmo assim, prefere importar madeiras nobres.  Encerraram há anos os estaleiros navais, pois foi proibida a indústria baleeira e a pesca decresceu provocando em certos casos o encerramento de algumas fábricas, porque o pescado parece que desapareceu desta zona.

Há imperiosa necessidade de voltar a cultivar o trigo e o milho para sustento das pessoas. Os quintais urbanos, em vez de serem pequenos parques relvados, devem ser aproveitados para  as culturas domésticas. Os antigos pomares têm de ser replantados com as diversas árvores de fruta – as laranjeiras e outros citrinos, as macieiras, pereiras, ameixieiras e tantas mais, - para que não haja de importar-se essas frutas da Espanha ou de outras nações, como está a acontecer.

E que óptima era a fruta do Pico!  Antigamente, iam as mulheres da Fronteira, em  lancha especial, denominada por isso  “Lancha da Fruta”,  vender os figos, as uvas, as laranjas, as ameixas e outras frutas para a Horta e lá percorriam diariamente os seus “fregueses”. Foi uma actividade que, parece, desapareceu com a exigência de tudo ser concentrado no Mercado...  Mas não só as lanchas do Canal. Os iates do Pico, enquanto os deixaram navegar, também levavam fruta para a Terceira e São Miguel. E não há muitos anos. A meados do século passado ainda isso se verificava. A fruta do Pico, diziam, tinha um sabor especial.

Mas hoje eu queria chamar a atenção, se é que isso me permitem, das entidades respectivas para a necessidade de se voltar a arrotear os terrenos e se passar a cultivar os cereais e outros produtos agrícolas tradicionais, principalmente as batatas. Porque não empreendem uma campanha de promoção subsidiada, se tanto for necessário, para que se volte à terra e dela se extraiam os indispensáveis produtos para a subsistência das gentes açorianas? É isso que a Grécia está a fazer. É também  isso que devemos promover para recuperar a nossa economia abalada, e não termos de emigrar para não voltarmos a passar fome como aconteceu em tempos passados... Os anos da fome ficaram na história!

A ilha, pela sua extensão, tem lugar para tudo: Cultivar cereais para as suas gentes e forragens para os gados que nela se criam, utilizando os terrenos que hoje só alimentam plantas infestantes e prejudiciais, apesar de algumas beneficiarem de estatuto estatal  de protegidas, o que não deixa de ser um contra - senso  pernicioso.

Algumas vezes este assunto foi tratado nos meus escritos. Não importa repetir. É necessário trazê-lo agora e quantas vezes mais  se tornar necessário, para que as entidades respectivas, aquelas que voluntariamente assumiram seus cargos, encontrem a solução urgente e capaz de evitar que a fome e a miséria, tal como já aconteceu, repito, em anos passados, volte a atingir os picoenses, povos indefesos.  

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